


A base econômica das ilhas é, sem dúvida nenhuma, a criação de ovelhas (cerca de trezentas por cada habitante), além de atividades ligadas à pesca e extrativismo marinho. Os 2739 ilhéus (isso mesmo, contadinhos) são em sua maioria absoluta descendentes dos antigos colonizadores ingleses, que conquistaram as ilhas dos pingüins, focas e espanhóis da colônia do Prata, em meados do século XVI.
Claro que por trás desta aparente fachada de tranqüilidade bucólica dos camponeses locais existe uma luta que se prolonga a séculos entre os espanhóis e seus descendentes argentinos, e os britânicos, pela posse das ilhas, vistas como base indispensável à segurança nacional de ambas as nações. Mas não é só o fato de que mais de 500 soldados ingleses estão estacionados nas ilhas desde o fim da Guerra das Malvinas, em 1982, o que incomoda nossos vizinhos portenhos. O fato é que as ilhas são donas de um imenso e ainda pouco explorado espaço estratégico de extrativismo animal (krill) e mineral (petróleo), além de servir como entreposto entre a América e o continente Antártico, que num futuro não muito distante pode tornar-se chave mestra na luta pela sobrevivência neste conturbado planeta. Os fazendeiros das Falkland (ou Malvinas), alheios a tudo isto, tocam sua vida oprimida, cuidando de suas ovelhas e pescando, como seus antepassados faziam a séculos.