13 dezembro, 2006

Série Países Agregados a Grandes Imperialistas com Reduzida Autonomia Nacional 41 - Buryatia



Foto de satélite do Lago Baikal, junto à fronteira Rússia-Mongólia



Vista do Lago Baikal



Buryatia é o nome dado a uma extensa região localizada entre o lago Baikal, na Rússia e a fronteira com a Mongólia. Habitada desde os primeiros séculos da atual era por povos nômades de origem mongólica, localiza-se no centro da Sibéria, cuja aspereza do clima e a necessidade da transumância permanente fizeram da região um centro irradiador da cultura nômade que se espalhou durante os séculos vindouros por toda a região que se estende entre as estepes siberianas e os Urais.
A república de Buryatia é uma entidade autônoma dentro da Federação Russa, e reconhecida como tal pelos demais países da região, com autnomia interna mas externamente dependente da Rússia. Sua população é majoritariamente russa, embora a população autóctone, ou buryat, exceda os 20% do total dos 900 mil habitantesdo lugar. A maior parte da população vive das atividades ligadas ao setor primário: exploração mineral, agricultura de subsitência e pastoreio extensivo. Por causa do rigor climático, Buryatia depende excencialmente da importação de alimentos, pagas com as divisas fornecidas pelos serviços de mineração e exportação destes produtos.
A capital e única grande cidade é Ulan Ude, às margens do Baikal, que é considerado a artéria vital da economia. Por ser uma região árida e fria, o Baikal fornece quase toda a água consumida pela população, daí a conformação d o território Buryat ao redor do mesmo.
Culturalmente, Buryatia é o centro da religião budista tibetana na Rússia, além de uma menor importância do xamanismo mongol e do cristianismo ortodoxo. A colônia budista de Ivolginsky é considerada uma das mais dinâmicas e florescentes do mundo fora da área do Tibet, e seus lamas (sacerdotes) são respeitados pela tradição de grandes eruditos entre a população local.
Historicamente, Buryatia já abrigou parte dos impérios Huno, no século III e IV e mongol nos séculos XIII em diante. Após a queda do Kanhato da Horda Dourada, no século XVI e que tinha suserania sobre as vastas regiões diberianas até os Urais e Moscou, a região foi conquistada no século XVII pelos cossacos da nascente dinastia moscovita que, ainda hoje, domina toda a região norte do continente asiático. Junto com os cossacos implantou-se o cristianismo ortodoxo e a limpeza étnica dos grupos autóctones locais, com perseguições contra a cultura budista e xamanista. Conseguiram certo grau de autonomia com a revolução que implantou a URSS, no início do século XX, mas sob Stalin a região sofreu com o processo de coletivização das terras, com a propagação da ideologia totalitária comunista e com a perseguição aos líderes religiosos tradicionais da comunidade Buryat. A migração em massa de russos para a região em busca das riquezas minerais siberianas fragmentou ainda mais a comunidade Buryat, que somente após 1995 obteve do governo russo certo grau de autonomia e valorização da cultura Buryat, com a difusão da língua e cultura tradicionais na vida da pequena república siberiana.


Templo Budista em Ivolginsky, Buryat:



Aspecto de Ulan Ude, capital de Buryatia: restos do socialismo



Interior de um templo budista em Ivolginsky



Visita do Dalai Lama a Buryatia, importante comunidade lamaísta



A montanhosa Paisagem Buryat