08 julho, 2007

Série Países Controlados por Impérios Decadentes e que aspiram a Liberdade 44 - Bermuda



Nas imagens, mapas da ilha e do arquipélago de Bermuda, com sua localização em relação aos Estados Unidos.
Se um professor de geografia entrasse hoje em sua classe da Univille e perguntasse aos seus estudantes quantos países compõe o sub-continente norte americano, ninguém entenderia a pergunta. Se a reformulasse nos termos: quantos países existem na América do Norte, receberia respostas diversas. Um aluno poderia responder - Dois países, considerando América do Norte apenas Estados Unidos e Canadá, de cultura anglo saxônica e excluindo geograficamente o México a uma obscura e estranha América Latina. Outro diria - Três, professor, pois América Latina é uma divisão cultural e étnica, e América do Norte é apenas um conceito geográfico, portanto geograficamente o México é América do Norte. Um terceiro aluno replicaria: Quatro, pois a colônia francesa de Saint Pierre e Miquelon (este descobriu essa pérola aqui neste blog), mesmo sendo um território ultramarino, é uma entidade autônoma dentro dos limites geopolíticos da América do Norte. Outro afirmaria que, além destes quatro, existe a Groenlândia, colônia dinamarquesa na América. E finalmente um outro examinaria atentamente a geografia local e decretaria: são seis territórios, além dos citados existe Bermuda, território ultramar do Reino Unido.
A ilha de Bermuda, que dá nome ao pequeno arquipélago do mesmo nome, é uma antiga possessão britânica no atlântico Norte, junto à costa americana, a cerca de 1350 km da Nova Escócia. Desde o início da exploração colonial espanhola no século XV, Bermuda figura com diversos nomes nas cartas náuticas, mas a primeira tentativa séria de ocupação viria no século XVII com os britânicos, pouco depois das fracassadas tentativas de fixação de colonos no litoral da Virginia. A ilha era desabitada devido à sua grande distância da costa e a falta de tradição de navegação oceânica (falta de necessidade, na verdade) dos povos costeiros norte-americanos. A verdade é que o Atlântico Norte não é exatamente um mar de brigadeiro, com numerosos tufões atingindo a região todos os anos, a caminho do continente.
Bermuda foi o único território Britânico no litoral do Atlântico Norte a permanecer em mãos inglesas após a guerra de independência Norte Americana, com exceção do Canadá, independente posteriormente. Sua importância atual é estratégica e financeira. Durante a guerra fria, americanos, canadenses e britânicos mantiveram tropas estacionadas na ilha, retiradas no final dos anos 90. Desde a década de 70 movimentos de independência influenciam a política da ilha, dividida regularmente entre prós e contras a autonomia política de Bermuda.
A grande questão é se o país é viável autonomamente, como nação soberana, ou se necessita da estrutura de governo implantada no país pelos britânicos. Economicamente, Bermuda depende amplamente do turismo e dos investimentos externos nas empresas offshore, que pagam impostos irrisórios ao governo local e se instalam no país para fugir à pesada tributação de seus países de origem, como nas Ilhas Cayman. O futuro de Bermuda permanece ligado a sua capacidade ou não de gerir de forma solvente um governo nacional independente, sem a necessidade da presença inglesa no local.
No destaque: Vista de Hamilton, capital de Bermuda.



Porto de Hamilton





Na imagem, o clima subtropical favorece a atividade turistica