04 novembro, 2010

Série Povos Esquecidos Remanescentes do Processo de Colonização Africano do Século XIX 58 - Baasters/Rehoboth Basters

No destaque: Igreja Luterana entre os Baasters, influência cultural alemã.


No destaque: mapa do território Baaster


O conselho Baaster atual


Árvore do Conselho, uma espécie de parlamento local


Antigos colonizadores Baasters


Os Baasters/Rehoboth Basters são tecnicamente decendentes dos primeiros colonizadores europeus do interior do Kalahari, na Namíbia atual, que miscigenaram com comunidades San ou Khoisan, os povos nômades desta região. Estas comunidades tem hoje cerca de 35 mil pessoas, que são discriminados tanto pelos africaaners como pelos San, por não se encaixarem em suas comunidades tradicionais. Sua economia é baseada quase toda na exploração das terras comunais por pequenas fazendas familiares; o governo daNamíbia tem planos para exploração mineral local.
Os primeiros alemães do antigo Protetorado do Sudoeste Alemão chegaram ao território em 1870, e logo instalaram comunidades junto ao território Khoisan nas proximidades. Muitas estruturas familiares e tribais dos Baasters atuais é retirada das estruturas Khoisan, com um líder (Kaptein) militar e político escolhido pela comunidade, pelo seu papel na divisão das terras e dos recursos. A comunidade Baasters/Rehoboth Basters se desenvolveu praticamente sem interferência dos africaaners da União Sul Africana, mas sofreram com a perda da colônia pelos alemães na Primeira Guerra Mundial, repassada aos britânicos da Colônia sul africana. Durante o período de protetorado, os Baasters/Rehoboth Basters tinham um tratado específico com o governo alemão.Pelo estatuto Sul Africano, o famigerado Apartheid, os Baasters/Rehoboth Basters não eram considerados europeus e nem nativos, mas uma espécie de mestiços, e como tal discriminados por sua situação. Perderam suas terras (alienação) com a nacionalização.
Os Baasters/Rehoboth Basters que vivem na Namíbia atual não possuem representatividade no parlamento, quase todo dominado pelas etnias bantu e zulu do sul da África. Apesar de tudo, suas estruturas culturais e políticas tradicionais, baseadas na lei parental, ainda estão em vigor. Em 2007 os Baasters/Rehoboth Basters entraram para a UNPO e são hoje considerados uma etnia, com direitos a serem conquistados sobre sua autonomia administrativa e cultural.