23 setembro, 2010

Série Restos da Segunda Guerra Mundial disputados por países imperialistas orientais 57 - Ilhas Senkaku/ Diaoyu

No destaque: Mapa das ilhas, próximas à Okinawa



No destaque: a fronteira disputada entre Taiwan, China e Japão



No destaque: as ilhas em questão, pequenos rochedos desabitados


As pequeninas ilhas do arquipélago Senkaku-Diaoyu são a mais nova terra nova da promissão quando o assunto são hidrocarbonetos em nosso combalido planetinha azul. Chineses e japoneses, sendo estes últimos os atuais controladores do arquipélago, disputam estas rochas desabitadas a meio caminho entre Okinawa, no Japão, e Taiwan, que é um país independente de facto, embora não de jure, e que também reinvindica a posse do território.

Tudo começa com a invasão japonesa à Taiwan, durante a Segunda Guerra Mundial, mais tarde ampliada à Coréia, Manchúria e à China Continental. Esta invasão terminou com a derrota japonesa, na guerra, e a posterior ocupação soviética e americana em diversos territórios ocupados anteriormente pelo Japão, como Taiwan, as Coréias, as ilhas Kurillas e Okinawa. Na década de 50, Taiwan se declarou formalmente independente da China, enquanto eram mantidas posições de tropas americanas na ilha, vista como estratégica durante a Guerra Fria. Okinawa foi devolvida formalmente aos japoneses na década de 70, incluindo aí as ditas ilhas Senkaku-Diaoyu, que eram reinvindicadas por Taiwan. Ao mesmo tempo, a China reinvindicava tanto Taiwan quanto as ilhas como parte de seu território.

O recente incidente diplomático entre os dois países se deve à invasão do espaço econômico japonês por um barco de pesca chinês, que acabou apreendido. A China alega que não houve violação de direito, uma vez que considera a questão das ilhas em litígio, enquanto o Japão considera encerrada, uma vez que possui a ocupação de jure do território, que depende da prefeitura de Okinawa.

Por trás de tudo isto não estão o direito de pesca sobre as ditas ilhas, mas a disputa por Taiwan e pelos direitos econômicos sobre uma área potencialmente rica em hidrocarbonetos, similar à que ocorre com as Spratly.

14 setembro, 2010

Série Colônias Amazônicas na América do Sul controlada por potências nucleares 56 - Guiana Francesa

No detalhe: paisagem da Guiana, entre a floresta e o Caribe



No detalhe: localização da Guiana



No detalhe: Paisagem colonial atual, uma cidade européia com problemas sul-americanos


A Guiana Francesa é territorialmente uma das maiores entidades políticas dependentes do mundo, atrás apenas da Groenlândia. Como o próprio nome diz, é um departamento ultramarino da República da França, o que faz dela membro integral da França e da UE, como um estado do Brasil. Os pouco mais de 250 mil habitantes da região habitam uma área de transição entre o Caribe ao norte e a Floresta Amazônica, ao sul, e cuja principal característica econômica é o extrativismo mineral e vegetal, além de uma pequena indústria turística em Cayenne, capital do departamento. Os cidadãos da Guiana são cidadãos europeus complenos direitos, inclusive representação nas Câmaras e no Senado da França e no parlamento europeu.

Historicamente, eram 3 as Guianas: a holandesa, hoje Suriname, a Inglesa, hoje Repúblida da Guiana, e a Francesa, ocupadas a partir dos séculos XVI-XVII por estas potências européias. Essa ocupação se verificou na embocadura de grandes rios que davam acesso ao interior do território, que ainda hoje é parcamente povoado, de onde partiam ataques esporádicos dos piratas locais contra assentamentos espanhóis e portugueses na América. Suas peculiaridades culturais os aproximam das populações que vivem no Caribe.

O interesse estratégico francês na região se explica pela proximidade com a linha do Equador, de onde regularmente são enviados foguetes espaciais pela ESA, a agência espacial européia. O futuro guianense segue indefinido, uma vez que parece não haver o menor interesse em uma independência num futuro próximo.