09 junho, 2007

Série Pet Rocks ocupadas por Potências Opressoras e Ignoradas pela Humanidade 44 - Rockall

Rockall, colônia britânica no mar do Norte.

Nossa saga através da vida e história dos países oprimidos é retomada com uma das mais fascinantes nações oprimidas ignoradas pela humanidade: Rockall, colônia subjugada do Reino Unido.
Em Rockall, desenrolou-se uma das mais fantásticas conquistas militares da história do Império Britânico. Como haviam perdido a Índia, o Oriente Médio e quase toda a África, os britânicos resolveram reviver suas glórias do passado, conquistando Rockall. No topo da ilha, os britânicos erigiram uma placa que, segundo os depoimentos recolhidos por historiadores das gaivotas e cracas sobreviventes, passou para a história como o 'Dia da Infâmia'.


"Pela Autoridade de Sua Majestade a rainha Elisabeth II, pela Graça de Deus [e pela derrota de Oliver Cromwell] rainha do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte e de seus outros reinos e territórios [Ilha de Man, Falklands, entre outros], Chefe de Estado da Commonwealth, defensora da Fé, e em acordo com as ordens de sua Majestade, na data de 14 de setembro de 1955, um desembarque [invasão!] foi efetivado neste dia pelo navio HMS Vidal nesta ilha [ilha???] de Rockall. A Union Flag [a bandeira britânica, aquela que mistura a da Inglaterra com a da Escócia] foi hasteada nesta possessão e esta ilha foi conquistada em nome de sua Real Majestade. Assinado: R H Connell, Capitão do HMS Vidal, 18 de Setembro de 1955."

Era o fim da independência e o início da era da escravidão.


Rockall é uma rocha no mar do Norte. Ponto. Não tem solo. Não tem habitantes. Fica a mais de 400 km de distância de qualquer ponto habitado da costa irlandesa. Não tem ponto de desembarque. É fustigada continuamente pelas vagas do Atlântico Norte, que desaconselham permanentemente qualquer tentativa humana de ocupação. Parece uma área esquecida pelo tempo, onde dia e noite o mar vem se empenhar na luta contra a rocha sólida, onde Netuno e Hefestos mediram forças num tempo já esquecido e cuja insígnia da vitória conquistada em favor do deus dos vulcões é este pequeno promontório árido e colonizado em pequena escala por pássaros marinhos e seus habitantes fixos, os mariscos.
A medida oficial deste pequeno país é de 520 m², ou seja, um terreno de 20 por 26, mas creio que ela foi medida em razão do volume, e não da superfície. E é alvo de uma renhida disputa diplomática e militar entre ingleses, islandeses e dinamarqueses, pela posse de tão fantástico centro econômico e estratégico.
Duvida de sua importância, réles mortal? É compreensível. O que atrai a cobiça em Rockall é exatamente o mesmo motivo que leva americanos a morrer no Iraque e no Afeganistão: reservas energéticas imprescindíveis nestes tempos de economias aquecidas e bom senso escasso. Rockall é pura e simplesmente pretexto para se extender ao redor de sua costa o limite internacional de águas da zona econômica exclusiva, o que permitiria aos colonizadores o acesso aos reservatórios de gás natural e petróleo existentes em sua plataforma continental. A guerra por Rockall esfriou quando a ONU decidiu que rochas desabitadas não tem direito a zona econômica exclusiva (que avanço) e a exploração deve ser feita conjuntamente pelos interessados.
Assim, os pobres animais filtradores de plancton de Rockall poderão viver em paz no futuro, embora muitos acreditem que esta paz não será permanente.
Em destaque: mapa de Rockall



Em destaque:o outro lado da história de Rockall