12 agosto, 2008

Série Repúblicas Presas a Países Imperialistas por Oleodutos que Atravessam seu Território 50 - Tchetchênia

Mapa da região em conflito: Tchetchênia (vermelho), Abecázia, Ossétia do Sul (em verde escuro) e Geórgia (verde claro). Ao leste, o Mar Cáspio, grande produtor de petróleo e a Oeste o Mar Negro, porto de exportação para a Europa.


A Tchetchênia é nosso orgulhoso país oprimido de número 50, e por si só já teria menção honrosa. Mas o que o traz ao nosso estudo hoje é sua posição como um conflito latente, e amplamente relacionado ao atual conflito Russo-georgiano pela posse da Ossétia do Sul e da Abecázia.
Para quem não sabe ou não leu os jornais ultimamente, a Rússia andou invadindo a Geórgia, sob o 'humanitário' pretexto de proteger seus cidadãos que vivem nas duas regiões separatistas locais, Abecázia e Ossétia do Sul. Tudo besteira. O que a Rússia quer é manter o controle dos oleodutos que atravessam a região e ligam o mar Cáspio (região produtora de petróleo) e o Mar Negro (onde ele é embarcado rumo ao mercado europeu. Toda a matança é para manter o controle da máfia governamental russa sobre o petróleo e permitir que notórios assassinos genocidas como Putin, Abramovich e Beresovsky tenham muito lucro com suas empresas petrolíferas. Mas e daí, qual a novidade? No Iraque não vimos a mesma coisa com Bush, Cheyne e a Halliburton? Quem pode, faz.
Mas o que essa enrolação econômica têm a ver com a Tchetchênia? Simples. A Tchetchênia faz divisa com a Ossétia e é o principal ponto de passagem dos oleodutos. O problema começa com a população tchetchena, que não aceita ser controlada por Moscou, por motivos culturais. Enquanto a maior parte da população russa é cristã ortodoxa, na Tchetchênia o credo predominante é o Islã. A coesão cultural dos tchechenos depende desta sua ligação com o islamismo, e sua rejeição ao estado Russo. No mais, seriam considerados em outros países russos que falam um dialeto próprio e são muçulmanos. Mas, por revestir-se da nova polítca americana de Cristãos contra Muçulmanos, desencadeada pelos EUA após o 11/9, a independência tchechena conta com o apoio dos países islâmicos e é vista com desconfiança pelo mundo Ocidaental.
A briga em si reveste-se de caráter cultural, mas o que vale mesmo é o controle econômico. Em dias de petróleo a 150 dólares o barril, não é o controle sobre o minúsculo território tchecheno que atrai os gastos militares russos, mas sim a manutenção do controle sobre o precioso combustível.

No detalhe, a causa da Guerra na Geórgia, Abecázia, Ossétia do Sul e Tchechenia: mapa dos oleodutos do Mar Cáspio ao Mar Negro


No detalhe: Grozny, capital tchechena, após bombardeios russos


No detalhe: população tchechena, culturalmente islâmica e etnicamente eslava.


Um comentário:

Anônimo disse...
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